
Já não tinha mais saída, ou arrumava a mochila e ia por ai ou ..., o fato é que sabia que onde quer que eu fosse levaria a minha outra metadade, porque naquele momento metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei... E isto não deixava o convívio comigo mesmo ser ao menos suportável.
Fui por ai a mochila que não estava nas costa era um pretesto pra voltar logo, não me arriscaria em ir além dos limites da padaria, a noite era bem quente com um tom de verão, porém era inverno e tudo cheirava a enxofre o que me lembrava os livros de Stephen King. Acendi um cigarro apressei o passo e comecei a andar- com um quê de desespero- já dava pra ver a padaria alguns amigos bebiam por ali, até que eu lembrei que era sozinho e pior prisioneiro de uma metade que eu nem gostava em mim. Me motivei a passar da padaria porém não teria referencias para dizer até onde eu ia logo resolvi sentar por ali mesmo. Uma cerveja gelava não era um sonho tão distante assim.
Que garçonete gostosa, pela primeira vez as duas metades de mim haviam concordado com a mesma coisas, afinal eu sorri se isto não fosse prova de tal concordância não sei mais o que pensar, ela era linda, meiga, dona de um sorriso secreto tinha um quê de mistério. Por longas noites esse ritual de admiração iria se repetir e todo dia, a mesma menina com o mesmo sorriso vinha me servir, nessas alturas já não era a vontade de ir embora ou a cerveja que me levavam a padaria e hoje não ia ter como evitar o primeiro oi e nem o primeiro gole.
-oi, disse eu observando o ar de sua reação. garanto que fui surpreendido por um sorriso que a mim já não era mais secreto. Ali minhas metades já nem eram tão distintas assim pois ambas já não eram mais solidão, não que eu não estivesse sozinho mas um sorriso desses nas minhas condições era o mesmo que ela tivesse sentado e conversado comigo a noite toda.
De fato eu não era feio, Arriscava em dizer que estava dentro dos padrões estabelecidos pela sociedade, tirando a barba por fazer e o cabelo desarrumado.
Na mesma noite do sorriso tive uma bela surpresa, um número de telefone na conta que constava 3 cervejas, 1 cigarro e uma batata enfim o telefone só podia ser dela, tinha que ser dela, talvez fosse dela. Não apareci ali por mais de 3 dias, a conta não me saia da mão e muito menos o número da cabeça: 98080844.
Não estava com os ânimos tão fortes assim para ligar, apesar da paz entre as metades não me sentia tão pronto para isso, de fato era um telefonema importante no entanto o que falar, como falar?
Tun... Tun... Tun...
2 comentários:
Sempre é dificil evitar o primeiro oi e o primeiro gole ... ainda mais neste contexto
hAUHUAI
é dificil quando voce nao consegue ter paz com voce mesmo! e o legal é q voce acaba até se esquecendo desse dilema quando se ve em outro! ligar?! q falar?! hehe... essas situaçoes no minimo sao pra deixar as pernas inquietas...
e um numero desse nao da pra nao ligar! ;)
rsss
beijos biel! ^^
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